Cogna: Kroton, Vasta, SOMOS, Saber, Platos…o Megazorducação

HS Eduqs
14 min readMay 23, 2021

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Uma das maiores empresas de educação do mundo, atuando da educação básica até a pós-graduação. Fruto de diversas aquisições e reestruturações. Esta é a Cogna, antiga Kroton, e que agora está segmentada de forma a melhorar a gestão de seus negócios, mas que está passando por um período de extrema turbulência nesta crise.

História

Fundada em 11 de abril de 1966 pelos professores Evando Neiva, João Lucas Mazoni Andrade, Júlio Cabizuca, Marcos Mares Guia e Walfrido Mares Guia, que montaram o curso pré-vestibular Pitágoras em Belo Horizonte, Minas Gerais. Em dois anos de existência, o curso contava com 600 alunos distribuídos em 13 turmas e três turnos. Nascia então, o que é hoje o maior grupo educacional do Brasil.

Em 1972 ocorre a inauguração do primeiro Colégio Pitágoras Timbiras para alunos do 1º e 2º graus. Em 1974 ocorre o início das operações da maior unidade do Grupo Pitágoras no Ensino Básico, o Colégio Pitágoras Cidade Jardim.

Década de 80 é marcada pelo avanço no exterior, por uma parceria com uma construtora que iniciaria duas obras de infraestrutura no Iraque e na Mauritânia, o Pitágoras dirigiu escolas com mais de mil alunos brasileiros nesses países. Além destes a rede também se expandiu para Congo Francês, Equador, Peru e Angola, além de vários estados do Brasil, como Rondônia, Amazonas, Pará, Maranhão, Goiás e Bahia.

Em 1995 é criada a Rede Pitágoras, um conjunto de escolas comprometidas com o aperfeiçoamento contínuo da qualidade dos serviços prestados. Em menos de 1 ano, a rede já contava com 106 escolas associadas, com foco em produtividade, replicabilidade e escalabilidade. Em 1996 é publicada a primeira Coleção Pitágoras (que tem como objetivo expressar a prática pedagógica das escolas da Rede Pitágoras). Em 1998 foi publicado o primeiro Projeto Pedagógico Pitágoras. Em 1999, surge a Fundação Pitágoras para viabilizar projetos educacionais em instituições públicas e privadas. Em 2003, foi implementado o PAERP (Programa de Avaliação Educacional da Rede Pitágoras), um programa de avaliação periódica. Hoje, esse programa consiste em um valioso instrumento de gestão para as lideranças educacionais. Com a mudança do marco regulatório do setor de educação, surge a primeira Faculdade Pitágoras, contando com sistema de ensino e metodologia exclusiva criada em parceria com a Apollo International. Esta parceria durou até 2005.

Em 23 de julho de 2007 ocorre o IPO da empresa como Kroton Educacional (ticker KROT11), as ações foram precificadas em R$39,00 e movimentou R$478.773.750,00 (com a emissão de 12.276.250 ações). Na época do IPO a companhia contava com três redes de educação: Pitágoras ensino superior focado em bacharelados de 4 a 5 anos de duração (cotando com 19 cursos, 6 unidades e 8.666 alunos), INED com foco em tecnólogo com duração de 2 a 2,5 anos (com 6 cursos, 2 unidades e 1.588 alunos) e Pitágoras ensino básico (com 595 unidades, 183.956 alunos de educação infantil, ensino fundamental e médio). Em 01 de julho de 2011 ocorreria um follow on que movimentou R$ 395.629.850,00 (ações foram precificadas em R$19,25). Em 11 de fevereiro de 2020 ocorreria outro follow on com ações precificadas em R$11,00 e movimentando R$ 2.555.938.044,00.

Já em 2009, a Kroton recebeu um novo aporte financeiro de um dos maiores fundos de private equity do mundo, a Advent International, que passa a compartilhar o controle da Companhia com os sócios fundadores. Em 2010, um novo projeto pedagógico foi lançado, demonstrando o aprimoramento contínuo da instituição. Além disso, no mesmo ano, a primeira escola brasileira no Canadá tornou-se uma escola parceira da Rede Pitágoras. Em março de 2010 é anunciada a aquisição da IUNI Educacional por R$191,7 milhões, instituição que oferece programas de graduação e pós-graduação sob as marcas UNIC, UNIME e FAMAc(maior aquisição do setor de educação superior do Brasil até aquele momento). Em outubro de 2010 foi anunciado um acordo com a Designmate (empresa de tecnologia educacional, pioneira no desenvolvimento de conteúdo e animações em 3D nas disciplinas de biologia, física, química e matemática). Em maio de 2011 foi informada a venda da Sociedade Unificada de Ensino Superior e Cultura (Suesc), localizada no Rio de Janeiro. Em julho 2011 ocorre a aquisição da Faculdade Atenas Maranhense (São Luís e Imperatriz — MA) por R$ 31,6 milhões e Faculdade União (Ponta Grossa — PR) por R$ 7,850 milhões. Em julho de 2011 celebrou uma parceria estratégica com a Microsoft Brasil para implementar projetos de inovação em toda a Companhia com diversas frentes de atuação acadêmica e corporativa, visando estreitar distâncias e incentivar a colaboração entre educadores, alunos e gestores em um ambiente virtual. Em novembro do mesmo ano ocorre a aquisição da Faculdade do Sorriso (FAIS) por R$ 5,424 milhões. Em dezembro é feita a aquisição da UNOPAR por R$1,3 bilhão, a maior aquisição da história da educação e tornando a Kroton líder no setor de educação a distância do Brasil.

Em abril 2012 ocorre a aquisição do Centro Universário Cândido Rondon (Unirondon) por R$ 22,0 milhões. Em maio é feita a aquisição da Uniasselvi por R$510 milhões, fortalecendo a liderança da Kroton no mercado de Educação a Distância. Em novembro de 2012 ocorre a migração para o segmento “Novo Mercado” da BM&FBOVESPA, sendo negociado apenas com o ticker KROT3.

Em 2013 ocorre a abertura de 40 novos Polos de Graduação a Distância da Unopar. Em abril do mesmo ano ocorre o anúncio de acordo de associação entre a Kroton e a Anhanguera (ticker AEDU3). A fusão foi feita na foram de 0,4548 ações ordinárias de emissão da Kroton para cada ação ordinária de emissão da Anhanguera. Em 2014 ocorre a aprovação da fusão com a Anhanguera, tornando a Kroton a maior empresa educacional do mundo em termos de valor de mercado e alunos. Também ocorre o desenvolvimento do novo modelo acadêmico, Kroton Learning System 2.0 e o lançamento do piloto do canal de empregabilidade, o canal Conecta. Em 2015 ocorre o Lançamento do parcelamento próprio, o Parcelamento Estudantil Privado (PEP). Aquisição da empresa Studiare, essencial para o projeto de adaptive learning na companhia. Em 2016 é concluída a venda da Uniasselvi à Treviso Empreendimentos e Participações S.A. por R$1,105 bilhão como parte dos exigências impostas pelo CADE para autorizar a fusão com a Anhanguera. No ano de 2016 também é iniciada a tentativa de fusão com a Estácio (aprovada pelo conselho da Estácio em junho de 2016). O objetivo inicial era de que para cada ação ordinária de emissão da Estácio, os acionistas desta receberiam 1,281 ação ordinária de emissão da Kroton. Em junho de 2017 o Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica decidiu por negar a fusão das duas empresas. Em 2017 são feitos 5 lançamentos de novos greenfields: Bacabal, Luís Eduardo Magalhães, Vitória da Conquista, Bom Jesus da Lapa e Jequié. Inauguração de 200 novos polos, passando a deter 1.110. O ano de 2018 é marcado pela parceria com o Cubo Itaú, criando o maior hub de Edtechs da América e pela criação da Saber, holding de Educação Básica. Em abril de 2018 ocorre a aquisição de 73,35% do capital social da SOMOS Educação, maior plataforma de Educação Básica do Brasil, pela Saber por R$4,567 milhões. A Somos foi adquirida da Tarpon.

No ano de 2019 ocorre a OPA (Oferta Pública de Aquisição) da SOMOS Educação. Em outubro do mesmo ano ocorre a criação de nova estrutura de negócios, pautada em quatro verticais dentro do setor educacional, e do nascimento da marca Cogna (o nome, Cogna, deriva da palavra cognição, que compreende a capacidade de processar informações e transformá-las em conhecimento) para a holding , que se posiciona como uma collection of companies:

Em 31 de julho de 2020 ocorreu o IPO da Vasta na Nasdaq (ticker VSTA), as ações foram precificadas em US$19,00 e movimentaram US$ 405.874.485,00. No mesmo ano ocorre a criação da da Pitágoras Ampli. Em fevereiro de 2021 é anunciada a aquisição pela Somos Sistemas da Eleva Educação S.A. por R$ 580 milhões. Em março de 2021 ocorre a aquisição da Sociedade Educacional da Lagoa Ltda. por R$ 65,0 milhões pela SOMOS Educação.

Empresas

Kroton: o nome é inspirado por Crotone, a cidade em que Pitágoras deixou uma de suas marcas fundando sua 1ª escola. Com atuação segmento Business to Consumer (B2C), é dividida em duas unidades de negócio: Kroton Campus e Kroton Digital. O foco de atuação da Kroton são os cursos de graduação (superior, pós-graduação e a distância — na modalidade de EAD). Atuando com a rede Anhanguera, Fama, Unic, Uniderp, Unime, Unopar e LFG.

Saber: o nome foi escolhido por ser um verbo que remete a ter conhecimento ou um substantivo que representa um conjunto de conhecimentos. Atua na Educação Básica em operações B2C (business to consumer, diretamente ao consumidor) responde pela marca Saber e compreende todas as 54 escolas próprias ou com contratos de gestão, além de englobar também a operação que presta serviços para a Educação Básica pública, participando do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) e de ensino de idiomas. Reúne renomadas instituições de ensino básico do País, com atuação em 13 estados e Distrito Federal. Fazem parte da Saber as escolas CEI, o centro educacional Leonardo da Vinci, escola Santi, escola Chave do Saber (ECSA), colégio Maxi, colégio Latu Sensu, colégio do Salvador, NeoDna (curso preparatório e colégio), Anglo, Instituto Embraer, Sigma, colégio Motivo, PH, Visão, Pitágoras, Integrado dentre outros. Além disto, faz parte da Saber a Red Balloon (fundada em 1969) com foco no ensino de inglês com metodologia e material exclusivos. Também fazem parte as Editoras Ática, Saraiva e Scipione. A Saber possui apenas 1% de participação de mercado na gestão de escolas privadas

Vasta Educação/SOMOS educação: o nome Vasta vem daquilo que é amplo. A Vasta é uma plataforma de serviços para escolas de educação básica que une pessoas, tecnologias e cultura digital. Tem como foco o segmento B2B (business to business) da educação básica, desenvolvendo soluções educacionais e serviços digitais de ponta-a-ponta que atendem a todas as necessidades de escolas particulares que atuam no segmento de educação básica. Abaixo as marcas pertencentes ao grupo:

A Vasta atua da seguinte forma:

A SOMOS educação faz parte da Vasta com as seguintes soluções:

Platos: o nome significa amplitude em grego. Platos é a Plataforma de Serviços que amplia e potencializa a atuação das Instituições de Ensino Superior. Tem como foco no segmento B2B e segue o conceito de EdServ Platform (também referenciado como OPM — Online Program Management) que visa ofertar, via uma plataforma física e digital, serviços e produtos para diferentes instituições de ensino. Atualmente, a Platos tem a Kroton como principal cliente e vem apresentando crescimento de receita acima dos 30% nos últimos dois anos. A companhia oferece uma série de serviços e soluções para as instituições de ensino superior de todo o país.

COGNA Ventures: braço de Corporate Venture Capital para explorar novas frentes de crescimento, inovação, eficiência e potenciais disrupções em todas as áreas de atuação.

Descrição das empresas do grupo:

Resultado Financeiro

Com relação a resultados a empresa apresentou uma receita líquida de R$ 5,899 bilhões em 2020, ante R$ 7,027 bilhões de 2019. Temos que Kroton representou 65,90% das receitas Brutas, seguido por Vasta com 14,88% e Saber com 11,24% em 2020. A empresa teve um prejuízo de R$907,464 milhões em 2020 ante um lucro de R$771,966 milhões em 2019.

Com relação a sua principal fonte de receita, a Kroton, temos que:

Com relação a origem da receita (da receita líquida), temos que a receita gerada (proveniente de unidades próprias) de pagantes gerou R$ 1,481 bilhões em 2020, queda de 23,6% quando comparado a 2019, FIES contribuiu com R$ 400,002 milhões, queda de 59% ante o ano de 2019 quando gerou R$ 975,663. Pagantes em unidades de terceiros contribuíram com R$723,698 em 2020 e R$824,900 em 2019. PEP contribuiu com R$ 504,428 em 2020 e 516,932 milhões em 2019. Juntos estes 4 segmentos representa quase 90% das receitas da empresa (86% em 2020 e 89% em 2019). Digital pagante de unidades próprias contribuiu com R$ 317,256 milhões em 2020 ante R$187,555 milhões de 2019, foi o segmento que apresentou o maior crescimento de receita.

A Kroton conta com 179 unidades presenciais e 1544 unidades digitais (ensino a distância e em 2019 eram 1410). Com relação ao ensino presencial a empresa contava com 229.440 alunos em 2020, destes 147.258 eram da modalidade pagantes, 30.309 do Prouni, 19.880 provenientes do FIES (Financiamento Estudantil do Governo) e 31.993 PEP (“Parcelamento Estudantil Privado” — proveniente de bancos e instituições financeiras). Em 2019 os 321.371 alunos estavam distribuídos da seguinte forma: 195.663 eram da modalidade pagantes, 34.160 do Prouni, 42.819 provenientes do FIES e 48.729 de PEP. Isso mostra que todos os alunos no segmento presencial tiveram queda, mas a que teve maior impacto foram os alunos do FIES (queda de 53,6%) seguido por PEP com queda de 34,3%. Com relação ao Ensino Digital temos que em 2020 houve um aumento ante 2019, passando de 459.025 alunos para 540.626. Houve um aumento no numero de alunos pagantes nesta modalidade (19,7%), passando de 427.567 para 511.776, e uma redução nos alunos provenientes de Prouni, passando de 31.458 para 28.850. A base total de alunos teve uma redução de 1,3%.

Com relação ao ticket médio, temos que no 4º trimestre de 2020 o mesmo foi de R$742 para pagantes presenciais e R$270,00 para Digitais. FIES apresentou um ticket de R$2.740,00 e PEP de R$1.747,00.

Com relação aos custos temos que professores, quadro técnico e serviços de terceiros formam cerca de 90% dos custo da empresa (R$679,655 milhões em 2020 e 888,583 milhões em 2019). Temos que a empresa tem sofrido muito com provisões duvidosas (R$ 1,572 bilhão em 2020 e R$ 868,533 milhões em 2019), este foi um dos principais fatores (somada a uma queda de receita líquida de 23,9%) que fizeram o EBITDA da Kroton sair de um resultado positivo de R$1,586 bilhão em 2019 para um negativo em R$ 1,947 bilhão em 2020.

Platos:

Contando com 3.782 alunos em 2020 nos programas de pós-graduação presencial (queda de 53,1% ante os 8.066 de 2019) e 44.317 alunos na modalidade digital (alta de 33,7% ante os 33.147 de 2019). As receitas líquidas provenientes da Platos somaram R$91,266 milhões em 2020 ante R$81,682 em 2019, sendo a maior parte proveniente de alunos Digitais (que em 2020 representaram R$ 79,739 milhões em receitas). A mesma apresentou um ticket médio de R$217,00 na modalidade presencial e R$230,00 na modalidade digital. Com relação aos custos temos que professores, quadro técnico e serviços de terceiros representam quase a totalidade dos custos da empresa. Em 2020 este custo foi de R$ 5,694 milhões ou 96% dos custos (em 2019 foi de 80% dos custos). O EBITA em 2020 foi de R$26,505 milhões em 2020 e R$33,309 milhões em 2019. Mesmo tendo um aumento de receita de 7,2% essa queda de 20,4% no EBITDA se deve, principalmente, despesas com provisão de prejuízos que cresceram 127,8% (de R$ 8.359 milhões para R$ 19,044 milhões) e despesas com vendas e marketing (de R$ 16,535 milhões para R$ 22,115 milhões). Este último motivado pelo aumento de concorrência gerado pela entrada/aumento de concorrentes no segmento digital.

Saber:

A saber fechou 2020 com 52 unidades e 121 unidades franqueadas (Red Balloon), o que representa uma redução superior a 3% em ambas. Com relação a quantidade de alunos houve uma redução de 12,3% no final de 2020 (comparado a 2019) contando com 31.120 alunos, com relação a alunos de franquias fechou com 21.418 alunos (16,3% menos do que em 2019). As receitas líquidas em 2020 somaram R$683,070 milhões, ante R$737,257 milhões de 2019. Destas, em 2020, R$630,046 milhões são provenientes de unidades próprias e R$ 53,024 de franquias. Em 2019 foi de R$673,002 milhões provenientes de unidades próprias e R$64,255 de franquias (Red Balloon). O Ticket médio foi de R$129,00 no ultimo trimestre de 2020 ante R$150,00 no ultimo trimestre de 2019. A empresa reverteu um EBITDA positivo de R$129,373 milhões em 2019 em um prejuízo de R$1,949 bilhão em 2020 (fortemente impactado por um impairment R$2,076 bilhões).

VASTA:

O ano comercial de 2021 apresentou um aumento da base de escolas parceiras, sendo conteúdo principal passando de 4.167 no ano comercial de 2020 para 4.623 em 2021 e conteúdo complementar passando de 636 para 1.114. Houve aumento também no número de alunos das escolas parceiras, conteúdo principal passou de 1.311.147 para 1.500.208 alunos em 2021 e para conteúdo complementar passou de 213.058 alunos em 2020 para 348.560 alunos em 2021. A receita líquida foi de R$997,582 milhões em 2020 ante R$909,277 milhões em 2019. Das subscrições temos que conteúdo principal representou R$ 698,100 milhões em 2020 e R$608,949 milhões em 2019. Houve redução no EBITDA, passando de R$254,665 milhões em 2019 para R$192,520 milhões em 2020 (impactado principalmente pelo aumento das despesas operacionais e provisões de créditos duvidosos).

Quando comparado a sua principal concorrente, analisando as empresas de capital aberto, temos que Estácio/Yduqs tem valor de mercado maior: R$ 9,346 bilhões contra R$7,326 bilhões de Cogna. Isso se deve principalmente a grande queda no valor das ações da empresa em 2020. A Yduqs apresenta uma margem bruta de 54,72% em 2020 ante 63,05% de Cogna. Cogna apresentou prejuízo em 2020 contra lucro da Yduqs. Como ambas foram impactadas pela crise irei trabalhar com as margens líquidas e EBIT de 2019. A Yduqs apresentou em 2019 margem EBIT de 25,25% contra 14,47% da Cogna. A margem líquida foi de 3,35% para Cogna ante 18,12% da Yduqs.

Houve aumento na receita da Yduqs de 2019 para 2020, 8,10%, contra uma queda de receita de 25,02% da Cogna. Além disto, a dívida líquida sobre EBIT da Yduqs em 2019 foi de 1,16 contra 11,09 da Cogna. É interessante analisar que o patrimônio líquido da Cogna é maior que o da Yduqs, R$13,128 bilhões para Cogna ante R$3,257 bilhões. O Free Float de ambas é próximo (98,48% para Cogna e 97,22% para Yduqs).

Conclusão

Com relação a avaliação dos funcionários, a Cogna é mais bem avaliada do que a Yduqs, segundo o site glassdoor. Mesmo estando passando por um período de extrema turbulência no seu mercado e por estar extremamente alavancada, sendo este último um dos principais porquês da empresa estar precificada da forma como está atualmente, no meu ponto de vista. Contudo a empresa atua em praticamente todas as áreas da educação, da básica a pós-graduação, atuando em áreas de solução para outras empresas de educação e estar investindo em inovação. Por ser uma das maiores empresas de educação do mundo, por sua boa avaliação de seus colaboradores, por ter algumas de suas marcas com avaliação superior em sites como reclame aqui (Unopar e Anhanguera tem índices de solução muito superior a Estácio) e por um bom histórico de aquisições e reestruturações que a Cogna é mais uma empresa que todo investidor deveria conhecer. Um ponto que me preocupa são algumas controladas que não apresentam um bom desempenho operacional, mas entendendo que possam servir para amortizar custos (como, por exemplo, Editora Ática S.A que gerou um prejuízo de R$93,986 milhões em 2019 ou a Livro Fácil com prejuízo de R$9,744 milhões), mas isto mostra que a empresa ainda tem muito potencial para crescer, principalmente no pós pandemia. Espero que cada texto aqui auxilie no aumento do seu conhecimento, que eu seja um pouco Cogna na sua vida leitor.

OBS: Eu sou Team CONGA e ganhei dinheiro com ela em 2020. Como? Obrigado opções de venda…mas isso não é uma indicação de investimento, o importante é saber no que você investe e por que você investe. Ninguém melhor do que um investidor com conhecimento para determinar qual o melhor lugar para se investir. Por eu acreditar que a educação é o caminho para prosperidade que continuo na Cogna. Desejo uma ótima semana.

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HS Eduqs

Foco em educação financeira e investimentos. Nosso livro na Amazon: "Seja um investidor mais inteligente: Descubra onde e como investir no Brasil".